segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CONTRADIÇÕES

Na sequência dos depoimentos colhidos, as informações prestadas pelos amigos, inclusive o que colocara a motocicleta em seu nome (JORGE), revelam contradições gritantes no depoimento de CRISTIAN. Além disso, os amigos expressam preocupação com o comportamento do amigo.

Afirmam também que o namoro de SUZANE e DANIEL não era mesmo aceito pelos pais de SUZANE, que CRISTIAN tinha sido viciado em cocaína e que agora, aparentemente, só fumava maconha e que alguns dias antes do crime teria ido à casa dos RICHTHOFEN para participar de um churrasco, enquanto os pais de SUZANE estavam no exterior.

Assim que der, pinto novamente...

Acareação: SUZANE x Sr. ASTROGILDO (pai dos criminosos)

I.P. n. 5.025/2002 - Diante de tanta informação desencontrada, a Dra. CÍNTIA TUCUNDUVA, Delegada de Polícia que presidia as investigações, aos 08 de novembro de 2.002, ouviu em termos de acareação (confronto de informações entre duas testemunhas do mesmo fato) SUZANE e o Sr. ASTROGILDO, pai dos criminosos DANIEL e CRISTIAN.

Na oportunidade, ambos sutentaram suas versões anteriores, porém, restou nítido que o Sr. ASTROGILDO já sabendo da verdade tentava a todo custo proteger os envolvidos, especialmente seus filhos que, no caso de CRISTIAN, apesar de ter confessado ser ususário de drogas, o pai insistia em defender a ideia dele não ser viciado.

Nesta fase investigativa já existia uma representação para prisão temporária dos já indiciados DANIEL, CRISTIAN e SUZANE.

1º Depoimento - CRISTIAN CRAVINHOS

Após o depoimento revelador de MARCOS NAHINE, dono da loja de motocicletas, a polícia não tardou a conduzir CRISTIAN até o 27ª D.P. de Campo Belo para ser ouvido. Seu primeiro depoimento foi prestado aos 07 de novembro de 2.002.

Na oportunidade, indagado sobre a moto SUZUKI, disse que nunca havia visto tal motocicleta e nada sabia sobre a mesma. Mas, confusamente, informou que estava com receio de perdê-la, pois havia adquirido a moto com dólares americanos, cuja origem não podia declarar. Depois, disse que a motocicleta SUZUKI era de uma amigo e que pegou a moto apenas para experimentar, eis que conhecia de motos. Adiante afirma que a quantia de dólares usada para a compra da motocicleta foi juntada aos poucos, com a ajuda de familiares, com o objetivo de comprar uma moto.

Pressionado por conta das duas versões distintas, afirma que a moto SUZUKI é sua e que foi adquirida no dia 30/10/2002 (dia do crime), na empresa NAHINE. Informa que pelo fato de seus documentos pessoais terem sido extraviados, a motocicleta foi colocada em nome de um amigo.

No tocante à madrugada daquele dia, informa que esteve na REDPLAY e depois foi pra casa de uma amiga chamada CRISTIANE e lá ficou até às 5 da manhã. Afirma que, na ausência dos pais de SUZANE, esteve no imóvel por duas vezes e que é usuário de maconha, mas já usou cocaína.

Momento reflaxão: Não precisou muito para a polícia ligar a compra da motocicleta com os dólares roubados do casal Richthofen, sobretudo pela incongruência das informações prestadas pelo criminoso CRISTIAN. O cerco havia se fechado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Depoimento - MARCOS NAHIME (dono da loja de motos)

Um dos depoimentos que acabaram fechando o quebra-cabeças, foi o do Sr. MARCOS NAHIME, dono de uma loja de motocicletas "M. NAHIME MOTOS".

Narra a testemunha que foi procurado por duas pessoas no dia 31 de outubro (mesmo dia do crime), que tinham interesse em adquirir uma moto no valor de até U$ 3.600,00. Informa que a negociação foi feita e que a moto adquirida foi uma Suzuki 1100, no valor de R$ 13.000,00, aproximadamente. Que um comprador chamava-se "CRISTIANO" e o outro Jorge Ricardo March, nome em que deveria ser registrada a moto, segundo o depoente, a pedido do "CRISTIANO" que saiu da loja pilotando a moto.

Ao final do depoimento, a Dra. Cintia, delegada de polícia, informa ao depoente que o tal "CRISTIANO" na verdade é CRISTIAN CRAVINHOS DE PAULA E SILVA.

Dai em diante, não foi preciso muito para que o crime fosse efetivamente desvendado.

Assim que der, eu pinto novamente....

2º Depoimento - SUZANE

Em novembro de 2002, SUZANE é ouvida novamente e não traz nenhum fato novo ao caso, reproduzindo praticamente seu depoimento inicial com algumas contradições.

Depoimento - Reinalva Lira (empregada doméstica)

Outro depoimento que chama atenção nos autos é da empregada Reinalva Lira. Após discorrer sobre o cotidiano da família Richthofen, dentre as revelações que faz, surpreende a de que mesmo trabalhando no interior da casa de Suzane, desconhecia o fato dela estar namorando Daniel. Segundo a empregada, além de nunca ter visto Daniel na casa nos horários em que esteve trabalhando, seu nome sequer era mencionado no local. Informa que veio a saber do namoro no dia dos fatos quando Daniel esteve no local juntamente com uma amiga de Suzane de nome Dani.

Indagada sobre o comportamento de Suzane e de Andreas após o crime, disse: "Na sexta feira, quando efetuava a limpeza do quarto do casal, observou que ANDREAS estava cantando e chegou a perguntar como o mesmo estava passando, e o mesmo lhe respondeu: "já era, acabou". Que SUZANE nada se manifestou quanto ao ocorrido com os pais durante a sexta feira, que algo que lhe marcou é que enquanto a depoente limpava o quarto do casal, até com lágrimas nos olhos, ANDREAS estava cantando.

Momento reflexão: Observem que o comportamento de ANDREAS, segundo a empregada, não era normal, dando a entender que a morte dos pais foi facilmente digerida, quando não aceita com alívio. ANDREAS sabia que o crime iria acontecer.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Depoimento - Sr. Astrogildo (pai de Daniel Cravinhos)

Aparentemente, um senhor inofensivo. Trabalhou como funcionário públcio no poder judiciário e, aos 06 de novembro de 2002, prestou depoimento na 1ª Delegacia de Homicídios de SP, a Dra. Cintia Tucunduva, delegada de polícia, acerca do caso.

Na oportunidade, surpreendentemente, narra a conduta do casal Manfred e Marísia, vítimas do bárbaro crime cometido por seus filhos, como sendo irretocável. Não economiza e rasga elogios ao casal. Em relação a Sra. Marísia, então, não mede esforços pra afirmar que os limites impostos na relação do filho com Suzane, foram "regras positivas". Descreve a sua relação com o casal como sendo harmônica. Estranhamente, aduz que ambas as famílias se encontravam para churrascos no sítio da família Richthofen e que lá, Marísia lhe confidenciava as preocupações com sua filha Suzane, como os estudos, por exemplo. Narra, inclusive, que os pais de Suzane passavam em sua casa para pegar Daniel e levá-lo para a chácara da família, quando não iam para o Parque Ibirapuera.

Adiante, alheio a realidade, diz que o namoro do seu filho com Suzane era acompanhando mais não havia restrições, exceto com horários, desconhecendo qualquer outro tipo de proibição por parte dos pais de Suzane. Menciona que a relação de Daniel com Andreas era de quase irmãos, as vezes até melhor do que relação entre irmãos. A propósito, confirma que o ciclomotor montado por eles e que Andreas usava não era do conhecimento do Sr. Manfred e que escondeu a informação para proteger Andreas.

Detalhe interessante do depoimento do Sr. Astrogildo: "Informa que sempre soube que na casa (dos Richthofen) havia dinheiro porque Marísisa comentava que pagava tudo à vista, inclusive sabia onde o dinheiro ficava e até conhecia a pasta, na casa saberia indetificar, sendo certo que tomou conhecimento pela própria Marísia, juntamente com Manfred".

Adiante: "O depoente afirma que com certeza Daniel, Suzane e Andreas não usam drogas, inclusive há cerca de um ano sua esposa encontrou maconha no quarto do seu filho e o próprio depoente teve uma conversa com Daniel e este lhe disse que na verdade a maconha era de um colega, inclusive fato confirmado pelo depoente. (...) Afirma que Daniel, Suzane e Andreas não são usuários de maconha porque reconhecia o cheiro característico da erva e a fisionomia deles, mais precisamente os olhos, já que a pupila se dilata.

Seguindo seu depoimento, faz menção da data dos fatos e algo chama atenção na descrição feita pelo Sr. Astrogildo, a de que o casal Daniel e Suzane iriam ao motel comemorar o aniversário de Suzane. Estranho o filho dizer para o pai, juntamente com a namorada, que irá comemorar um aniversário no motel.

E mais, informa que viu seu filho Daniel chegando em casa no dia do crime, o qual, em momento seguinte, recebeu um telefonema de Suzane e disse "corre, sai pra fora e liga pra polícia". Informa que, sabendo do ocorrido na casa de Suzane, Daniel ligou para ele e pediu sua presença no local. E diz: "Em seguida, o depoente e sua esposa se dirigiram até a casa de Suzane e quando chegou o filho Daniel, Suzane e Andreas estavam chorando "e muito". Fato novo, já que o policial que atendeu a ocorrência afirma que nenhum dos três, inclusive o Sr. Astrogildo esboçaram qualquer reação. E completa: "...quero deixar claro que Suzane chorava copiosamente e que estava profundamente abalada a ponto do depoente querer levá-la num pronto-socorro para ser atendida. Diz, inclusive, que os três "fizeram uma rodinha de choro, uma pena, triste de se ver Nossa Senhora".

Momento de reflexão:
No mínimo, controvertido o depoimento do Sr. Astrogildo. Detalhe: pelo que se extrai dos autos, os pais de Suzane nunca tiveram intimidade com os pais dos Cravinhos. Por isso, soa muito estranha a informação de que se sabia da existência de valores numa pasta específica do imóvel dos Richthofen. Além disso, onde já se viu um filho, diante da namorada, dizer para o pai que vai ao motel comemorar o aniversário dela.
E mais, quem estaria mentindo o PM ou o Sr. Astrogildo, já que os dois dão testemunhos totalmente diversos na delegacia a respeito do choro? E que história é essa de que seu filho nunca teve envolvimento com drogas? Os vizinhos da família já haviam confirmado que os Cravinhos sempre deram problemas pra família por causa do envolvimento com drogas.
Enfim, rumores sempre houve no sentido de que o sr. Astrogildo estaria envolvido intelectualmente no crime em questão. Tanto que muito tempo após o crime, o promotor do caso trouxe à tona esta informação no Fantástico. E nos dias do julgamento, esta informação era recorrente.

Depoimento PM Alexandre Paulino Boto

Outro depoimento interessante foi do policial militar que atendeu ao chamado no dia do crime.

Na oportunidade, após relatar o que ocorreu logo após ter chegado na residência Richtofen, fez questão de ressaltar que ao constatar o crime: "... o mesmo se dirigiu para as crianças, e deu a notícia; o depoente estranhou a reação dos mesmos, que receberam a notícia como se nada houvesse acontecido, que estes não se desesperaram, não entraram em pânico, não quiseram entrar na casa, não questionaram o ocorrido (o por quê e como), a menina mostrou sinais de choro com lágrimas. (...) Que o filho do casal permaneceu quieto, nada falando, comentando e também não entrou em pânico. Que o namorado de Suzane também não demonstrou nenhuma emoção. Que logo após o pai do namorado de Suzane também chegou no local, o qual também não demonstrou reação alguma de relevância.

Momento reflexão: Mais uma vez chamo atenção de todos para a impressão que o PM teve ao analisar a reação de todos juntos, Andreas (irmão Suzane), o namorado (Daniel) e o pai do Daniel, Sr. Astrogildo, figura enigmática e que também tem seu peso acerca do ocorrido. Reparem que a ideia que se passa é de que todos sabiam do desfecho do ocorrido e que nenhuma surpresa seria a notícia da morte do casal, tudo levando a crer que todos estavam embuídos do mesmo propósito, inclusive o irmão de Suzane. Adiante esta "ideia' será fortalecida com as demais provas dos autos e tal constatação não será mais surpresa pra ninguém. Aguardem.

Assim que der, pinto novamente....

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

1º Depoimento de SUZANE VON RICHTHOFEN

Também no dia 31 de outubro de 2002, SUZANE foi ouvida na sede da equipe C-Sul da 1. Delegacia da Divisão de Homicídios / DHPP, na presença do Delegado Dr. Alvim Spinola de Castro, e acompanhada do Dr. Denivaldo Barni, procurador jurídico da DERSA.

Na oportunidade, SUZANE informou que é filha das vítimas e estuda o primeiro ano de Direito na PUC. Que morava com os pais e o irmão ANDREAS, e que a casa possui uma empregada doméstica com quem fica as chaves do portão. Menciona que o convívio familiar era harmônico e que somente o irmão tinha os horários regulados pelo pai. Informa que o pai era Engenheiro Civil e trabalhava como diretor de engenharia da DERSA e que a mãe era psiquiatra.

Descreve como era o imóvel da família. Fala sobre a segurança interna e novamente menciona a existência de uma outra empregada que ficou trabalhando somente um mês na casa e com quem sua mãe teve alguns desentendimentos.

Análise: Notem que desde o início do seu depoimento, Suzane insiste em dar informações de empregadas que teriam trabalhado em sua casa, tentado conduzir o raciocínio anteriormente cogitado por DANIEL, de que o crime poderia estar relacionado a isso.

SUZANE, então, passa a descrever o que teria feito no dia dos fatos, desde o momento em que acordara.

Informa que encontrou DANIEL por volta das 17h00 e que os dois ficaram assistindo TV na casa dele até as 18h00. Logo depois, diferentemente de DANIEL, informa que foram até a casa de CRISTIAN, irmão de DANIEL, devolver um cortador de cabelo, onde permaneceram por cerca de 15 minutos, e que voltando para casa de DANIEL, recebeu uma ligação de seu irmão, por volta das 22h30, que pedia para irem buscá-lo e levá-lo na Red-play, onde ANDREAS ia pelo menos uma vez por semana escondido dos seus pais.

Ao contrário de DANIEL, SUZANE informa que depois de ter deixado ANDREAS, foi para sua casa e não para o motel, e que as coisas estavam todas normais no local. Diz que foi buscar dinheiro, pois o casal iria comemorar seu aniversário em algum motel luxuoso, o que geralmente faziam para comemorar datas especiais. Afirma que rumaram para a Rodovia Raposo Tavares e depois para Av. Ricardo Jafet, onde existiam melhores motéis e lá entraram no Motel Colonial Palace, por volta da 01h10, ficando até as 02h40 (e não um período de 02h40, como disse DANIEL), quando então seu irmão ligou para irem buscá-lo. Afirma que chegaram na Red-play às 03h00.

Menciona que depois de darem umas voltas, seu irmão deixou sua mobilete na casa de DANIEL e depois, ela e o irmão, foram juntos embora para casa.

Revela que ao chegar em casa: “...entrou normalmente acionando o controle remoto do portão automático, sendo que todos os portões da frente estavam devidamente fechados, e saindo da garagem, passando pela piscina, já visualizou a porta frontal que dá acesso para a sala aberta, as luzes da sala de estudo e da cozinha acesas e a biblioteca com todos os armários abertos e revirados...”.

Em mais uma informação desconexa, não coloca o irmão na cena visualizada e diz que saiu imediatamente da casa e ligou para a casa de DANIEL no seu celular. Em seguida, afirma que juntamente com o irmão saiu da casa e os dois ficaram esperando na rua a chegada de DANIEL, que logo em seguida apareceu. Neste momento ligaram para a polícia que, rapidamente, chegou no local e constatou a morte de seus pais.

Afirma que namora DANIEL há três anos e que nunca brigou com o namorado. Informa que seus pais o conhecem e nada tinham contra o namoro, e que DANIEL frequentava sua casa esporadicamente em datas comemorativas. Menciona que raramente faz uso de maconha e que no dia anterior teria usado junto com DANIEL em seu carro.

Momento Reflexão: Este, portanto, o primeiro e contraditório depoimento de SUZANE. Chama atenção, desde logo, que SUZANE não demonstra de forma alguma ter o poder de persuasão tão divulgado na mídia. Pelo contrário, em seu depoimento, SUZANE deixa evidente que não estava preparada para encenar a ideia montada em torno do crime, cujo “mentor” ficará melhor evidenciado adiante e que certamente surpreenderá a todos nós.

A propósito, após o depoimento de SUZANE não foi preciso muito esforço para que os trabalhos de investigação passassem a ser conduzidos no sentido de ter DANIEL e SUZANE como suspeitos. Foi uma questão de pouquíssimo tempo para que as peças do quebra-cabeças começassem a se encaixar, a começar pelas informações colhidas no Motel Colonial.

Todos os funcionários do Motel foram ouvidos e o que mais chama a atenção é o fato de que todos afirmam que tanto DANIEL quanto SUZANE aparentavam estar normais quando estiveram no motel.

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domingo, 31 de julho de 2011

Depoimento - DANIEL CRAVINHOS

No mesmo dia 31 de outubro de 2002, o namorado de SUZANE, DANIEL CRAVINHOS, foi ouvido na sede da equipe C-Sul da 1. Delegacia da Divisão de Homicídios / DHPP, na presença da delegada Cintia Tucunduva Gomes.

Na oportunidade, declarou ser namorado de SUZANE há 2 anos e 11 meses. Informou também que mantinha um bom relacionamento com os pais de SUZANE e que frequentava sua casa, tendo ido menos naquela época. Informa que na data dos fatos SUZANE chegou à sua casa por volta das 17h00, tendo lá permanecido por algum momento até irem numa loja de aquário e alugar um DVD. Lá permaneceram até receberem uma ligação de ANDREAS, que após os pais dormirem, ligou para irem buscá-lo e levá-lo na Red-play. Informa que depois de deixarem ANDREAS, rumaram para a rodovia Raposo Tavares a procura de um motel, onde comemorariam o aniversário de SUZANE. Que não tendo dinheiro suficiente, por volta da meia noite, voltaram para casa de SUZANE. Que lá chegando, tudo estava normal e SUZANE teria demorado 10 (dez) minutos para pegar mais dinheiro e voltar, momento em que vão novamente para o Motel Colonial e lá ficam por aproximadamente duas horas e cinquenta minutos. Logo após buscar ANDREAS na Red-play, por volta das 04h00, informa que foram para sua casa, onde DANIEL teria ficado, e ANDREAS e SUZANE foram embora juntos para casa.

Continua seu depoimento, mencionando que quando estava se preparando para dormir, recebeu uma ligação de SUZANE, que dizia que sua casa estava acesa e toda revirada, momento que ele aconselha SUZANE e ANDREAS a saírem de casa, imediatamente, e entrarem em contato com a polícia. Que, após, se dirigiu o mais rápido possível para casa de SUZANE. Diz que imaginava ser um assalto e que tinha receio de que os assaltantes ainda estivessem no interior da casa.

Relata que com a chegada da polícia, SUZANE os acompanhou na entrada da residência e ele e ANDREAS ficaram aguardando do lado de fora. Logo depois foi informado pelo policial que os pais de SUZANE estavam mortos, momento em que ligou para seu pai.

Em remate, informa que há um ano experimentou maconha, mas depois parou. Informa que SUZANE também usou, mas também parou. Reafirma que mantinha bom relacionamento com os pais de SUZANE e que frequentava a residência deles um a duas vezes por mês, pois os pais eram rígidos com horário e se preocupavam com os estudos de SUZANE. Afirma que o pai de SUZANE era sociável e a mãe tranquila.

Por fim, já tentando, equivocadamente, influenciar a investigação policial, informa: “os pais de SUZANE tinham o hábito de beber cerveja e wisky diariamente. Alega que o crime talvez possa estar relacionado com alguma empregada da casa.”.

Este é o resumo do primeiro depoimento de DANIEL, logo após o crime. Observem que o depoimento de SUZANE (próxima postagem) segue a linha de raciocínio de DANIEL, tentando infantilmente invocar a culpa a ex-funcinários da residência. Mas SUZANE, como todos sabem, não é uma boa atriz, e logo no seu primeiro depoimento, não soube lidar com a situação. Aliás, deixou todas as pistas nas mãos da polícia, dada a sua incapacidade de mentir, de compreender o tamanho do problema em que se metera, onde somente um psicopata, ou mesmo um assassino frio e desumano, tiraria de letra sem maiores problemas. Em outras palavras, o depoimento de SUZANE foi suficiente para a polícia descobrir toda verdade. Isto é, fosse ela tão astuta e tão dissinulada, certamente seu depoimento não teria sido tão revelador, pelo contrário.

Logo que der, pinto novamente....

terça-feira, 29 de março de 2011

Das testemunhas

Logo após o ocorrido, muitos depoimentos foram colhidos. Desde o vigia da rua onde moravam as vítimas aos parentes mais próximos.

Dentre os depoimentos, o que mais chama atenção é o depoimento do irmão de Suzane, Andreas Albert Von Richthofen, colhido aos 31 de outubro de 2002, junto ao DHPP de São Paulo.

Na oportunidade, relata Andreas:

"...QUE o depoente esclarece que durante o almoço Suzane disse à mãe que depois que voltasse do shopping, ela, Suzane, iria para a PUC, sendo ela para participar da monitoria; QUE Suzane, na verdade mentiu para mãe, vez que esta não aprovava o namoro da filha, tendo em vista as diferenças culturais entre o casal; QUE assim quando Suzane saiu, por volta das 17h00, somente o depoente sabia que ela iria à casa de Daniel...".

Percebam, caros seguidores, que já na primeira oportunidade, Andreas já demonstra que a família não aceitava o namoro. Também deixa claro que era fiel a irmã, uma vez que entendia sua situação.

Adiante, demonstra claramente que participou voluntariamente do ocorrido, afinal depois que seus pais foram dormir, agiu da seguinte forma:

"...QUE o depoente estava em seu quarto quando por volta das 22h30, observando que a residência estava em silêncio, dirigiu-se até o escritório, levando consigo seu aparelho celular, linha 9132...., de onde efetuou uma ligação para o celular de Suzane, cuja linha é 9402...., a ela pedindo para falar com Daniel; QUE Suzane passou o aparelho para o Daniel, sendo que o depoente após cumprimentá-lo, disse-lhe "estou pronto, pode vir me buscar...".

Surpreendentemente, afirma ele, Daniel apareceu sozinho para pegá-lo e levá-lo ao Red-Play (diversões eletrônicas), informação que Andreas teria escondido de seus pais. Eis o que Daniel lhe disse: "...Que Daniel lhe disse que voltaria pra casa para pegar Suzane, dizendo que após deixar o depoente no Red-Play, levaria Suzane a um motel como presente de aniversário...". Imaginem a liberdade com que Daniel já estaria tratando sua relação com Suzane, a ponto de ter uma conversa tão íntima com Andreas.

Nessa época, Andreas, juntamente com Daniel, havia comprado uma mobilete que ficava guardada na casa de Daniel. E foi esta a condução usada por ele para ir a Red-Play, onde teria chegado por volta das 23h30. Neste local Andreas ficou até às 03h00, conforme havia sido combinado. Neste momento, o depoimento de Andreas se torna confuso e totalmente desconexo e ele informa que seguindo o carro de Daniel, saiu da Red-Play rumando pela Avenida Brasil, sentido casa de Daniel, local onde deixou sua mobilete, tendo Suzane assumido o volante do Gol.

Andreas informa adiante que, juntamente com Suzane, chegou em casa por volta das 04h00. Informa que chegando em sua casa, notou "um fato estranho, pois a janela do escritório estava aberta, bem como a porta principal da entrada", com o escritório em completa desordem.

Informa que ao entrarem na casa, após atestar a bagunça, Suzane fez uma ligação do celular para Daniel narrando o ocorrido. Afirma que "não chamou pelos seus pais porque teve medo de ser agredido por alguém que ainda estivesse dentro da casa" e que por estar muito assutado não acionou o alarme, melhor dizendo, informa que esqueceu.

Mais confuso ainda, informa que ele e a irmã sairam da casa porque Daniel assim os teria aconselhado. Depois de 10 (dez) minutos Daniel chegou com o seu veículo Fiat Pálio, pedindo que Suzane chamasse a polícia, o que foi feito.

Menciona que após a chegada da polícia, somente Suzane entrou na casa acompanhando os policiais e ele e Daniel ficaram no carro. Que após tomarem ciência da morte dos seus pais, em companhia de Daniel e o pai deste, foram até a distrital da área formalizar a ocorrência.

Andreas neste momento recorda-se de que Suzane logo após o ocorrido teria dito: "...tomara que isso tudo não caia na cabeça de Daniel...". Lembrou-se também de que dentro do carro com Daniel, este lhe teria dito: "a polícia vai ficar no meu pé por causa da treta que tive com os seus pais e porque eu fiquei um mês morando na sua casa e deixei um monte de impressões digitais". Esclarece, posteriormente, que as "tretas" seriam as brigas que Daniel e Suzane tiveram com seu pai, tendo este chegado a dar uns tapas em Suzane.

Andreas, admite ter fumado maconha algumas vezes com Daniel e acha que os pais não sabiam que eles faziam uso há uns 07 (sete) meses. Nesse instante, após descrever as roupas que Suzane e Daniel estavam usando, encerra seu depoimento.


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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Leiam trechos da denúncia do Ministério Público

O Ministério Público estadual, representado pelo Dr. Roberto Tardelli (14ª Promotoria do Júri), em trechos da denúncia levada à apreciação do Juiz Presidente da I Vara do Júri de São Paulo, assim descreveu a relação que passou a ser nutrida entre o Sr. Manfred (pai), Suzane e seu namorado Daniel:

"Daniel e Suzane eram, à época dos fatos, namorados e seu relacionamento recebia uma franca hostilidade das vítimas, que não aceitavam o romance de ambos. O desagrado paterno não demorou a se converter numa restrição à liberdade de Suzane, que passou a ter controle mais rígido dos pais, bem como a entrada e saída de Daniel no círculo familiar da jovem passaram a ser proibidas.

As tensões geradas pelo conflito em torno do namoro da filha foram gradativamente aumentando, culminando no uso da força física por Manfred, ante a renitência de Suzane em manter o relacionamento indesejado por ele e sua esposa, e com promessas de deserdação dela, caso não acatasse os pleitos dos pais para por fim àquele namoro."

Momento reflexão: Mais uma vez chamo a atenção de você que está lendo esta postagem, sobre o que uma garota que viveu seu único romance durante 03 anos, entre os seus 15 e 18 anos, passando por humilhações de toda ordem, sendo vítima de tortura física e mental, seria capaz de fazer para permanecer ao lado do seu "amor". Especialmente quando esse "amor" revelara posteriormente a sua face criminosa, voltada às drogas e a criminalidade, conforme restará demonstrado ao longo desta nossa incursão. Logo mais, informações sobre a pressão psicológica que Daniel exercia sobre Suzane serão reveladas. Aguardem.

Assim que der, eu pinto novamente.....

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Estou de volta. Feliz 2011 aos meus queridos seguidores!

Passei para desejar-lhes um feliz ano novo e dizer que de posse dos autos do processo muita novidade começará vir à tona. Aguardem!

Assim que puder, eu pinto novamente....