segunda-feira, 8 de agosto de 2011

1º Depoimento de SUZANE VON RICHTHOFEN

Também no dia 31 de outubro de 2002, SUZANE foi ouvida na sede da equipe C-Sul da 1. Delegacia da Divisão de Homicídios / DHPP, na presença do Delegado Dr. Alvim Spinola de Castro, e acompanhada do Dr. Denivaldo Barni, procurador jurídico da DERSA.

Na oportunidade, SUZANE informou que é filha das vítimas e estuda o primeiro ano de Direito na PUC. Que morava com os pais e o irmão ANDREAS, e que a casa possui uma empregada doméstica com quem fica as chaves do portão. Menciona que o convívio familiar era harmônico e que somente o irmão tinha os horários regulados pelo pai. Informa que o pai era Engenheiro Civil e trabalhava como diretor de engenharia da DERSA e que a mãe era psiquiatra.

Descreve como era o imóvel da família. Fala sobre a segurança interna e novamente menciona a existência de uma outra empregada que ficou trabalhando somente um mês na casa e com quem sua mãe teve alguns desentendimentos.

Análise: Notem que desde o início do seu depoimento, Suzane insiste em dar informações de empregadas que teriam trabalhado em sua casa, tentado conduzir o raciocínio anteriormente cogitado por DANIEL, de que o crime poderia estar relacionado a isso.

SUZANE, então, passa a descrever o que teria feito no dia dos fatos, desde o momento em que acordara.

Informa que encontrou DANIEL por volta das 17h00 e que os dois ficaram assistindo TV na casa dele até as 18h00. Logo depois, diferentemente de DANIEL, informa que foram até a casa de CRISTIAN, irmão de DANIEL, devolver um cortador de cabelo, onde permaneceram por cerca de 15 minutos, e que voltando para casa de DANIEL, recebeu uma ligação de seu irmão, por volta das 22h30, que pedia para irem buscá-lo e levá-lo na Red-play, onde ANDREAS ia pelo menos uma vez por semana escondido dos seus pais.

Ao contrário de DANIEL, SUZANE informa que depois de ter deixado ANDREAS, foi para sua casa e não para o motel, e que as coisas estavam todas normais no local. Diz que foi buscar dinheiro, pois o casal iria comemorar seu aniversário em algum motel luxuoso, o que geralmente faziam para comemorar datas especiais. Afirma que rumaram para a Rodovia Raposo Tavares e depois para Av. Ricardo Jafet, onde existiam melhores motéis e lá entraram no Motel Colonial Palace, por volta da 01h10, ficando até as 02h40 (e não um período de 02h40, como disse DANIEL), quando então seu irmão ligou para irem buscá-lo. Afirma que chegaram na Red-play às 03h00.

Menciona que depois de darem umas voltas, seu irmão deixou sua mobilete na casa de DANIEL e depois, ela e o irmão, foram juntos embora para casa.

Revela que ao chegar em casa: “...entrou normalmente acionando o controle remoto do portão automático, sendo que todos os portões da frente estavam devidamente fechados, e saindo da garagem, passando pela piscina, já visualizou a porta frontal que dá acesso para a sala aberta, as luzes da sala de estudo e da cozinha acesas e a biblioteca com todos os armários abertos e revirados...”.

Em mais uma informação desconexa, não coloca o irmão na cena visualizada e diz que saiu imediatamente da casa e ligou para a casa de DANIEL no seu celular. Em seguida, afirma que juntamente com o irmão saiu da casa e os dois ficaram esperando na rua a chegada de DANIEL, que logo em seguida apareceu. Neste momento ligaram para a polícia que, rapidamente, chegou no local e constatou a morte de seus pais.

Afirma que namora DANIEL há três anos e que nunca brigou com o namorado. Informa que seus pais o conhecem e nada tinham contra o namoro, e que DANIEL frequentava sua casa esporadicamente em datas comemorativas. Menciona que raramente faz uso de maconha e que no dia anterior teria usado junto com DANIEL em seu carro.

Momento Reflexão: Este, portanto, o primeiro e contraditório depoimento de SUZANE. Chama atenção, desde logo, que SUZANE não demonstra de forma alguma ter o poder de persuasão tão divulgado na mídia. Pelo contrário, em seu depoimento, SUZANE deixa evidente que não estava preparada para encenar a ideia montada em torno do crime, cujo “mentor” ficará melhor evidenciado adiante e que certamente surpreenderá a todos nós.

A propósito, após o depoimento de SUZANE não foi preciso muito esforço para que os trabalhos de investigação passassem a ser conduzidos no sentido de ter DANIEL e SUZANE como suspeitos. Foi uma questão de pouquíssimo tempo para que as peças do quebra-cabeças começassem a se encaixar, a começar pelas informações colhidas no Motel Colonial.

Todos os funcionários do Motel foram ouvidos e o que mais chama a atenção é o fato de que todos afirmam que tanto DANIEL quanto SUZANE aparentavam estar normais quando estiveram no motel.

Logo que der, pinto novamente...

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