CONSIDERAÇÕES
Antes de iniciar minhas colocações acerca deste caso, quero esclarecer que o faço na condição de advogado criminalista e amigo pessoal de um dos promotores que atuaram no 1º Tribunal do Júri de São Paulo, local onde ocorreu o julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos (Daniel e Cristian). Devo dizer também que acompanhei os dias que antecederam e os 05 dias de julgamento. E posso lhes garantir que foi o período em que mais desaprendi na minha vida. Logo vocês vão entender.
Vou iniciar por este caso justamente por concentrar ainda frescas, acreditem, todas as informações sobre os bastidores do julgamento. Sobre os documentos existentes no processo, os depoimentos mais marcantes e, claro, o circo que foi o julgamento em plenário propriamente dito. A quem interessava a sentença condenatória em patamares elevados, igualando inclusive o partícipe ao executor material? O que ocorreu com os coadjuvantes do caso e também com os protagonistas? E muito mais....
Enfim, muito do que será escrito aqui pode chocá-los. Talvez até porque a força da mídia é capaz de convencer mais do que a própria prova em si. Aliás, em casos assim, é a mídia quem determina quem é culpado ou inocente. Em outras palavras, quando há mídia envolvida em casos emblemáticos do direito, não se há falar em justiça, na verdadeira acepção da palavra.
Desde já, quero dizer que nunca achei a Suzane inocente. Óbvio! Com certeza ela devia ser condenada. No entanto, abomino e sempre abominarei os expedientes utilizados para se chegar a tal. Lembrem-se, Suzane não matou os pais; permitiu que matassem. Tecnicamente, e aqui falo como tal, há diferença entre as duas coisas, mesmo sendo ela filha das vítimas. Mas isso será discutido oportunamente, apenas para se constatar um dos absurdos deste caso.
Com base nas provas dos autos, vou levá-los a refletir o que pode levar uma filha (ou um filho) a permitir e participar da morte dos seus próprios pais. Se é possível ou não. Parece absurdo, mas acreditem: num mundo tão vazio de princípios, de tanto desamor, de tanta intolerância e competição, somado à crescente do consumo das drogas, fatos como esse tornar-se-ão cada vez mais atuais, podem escrever.
Assim que der, eu pinto novamente....
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