quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O encontro...

O relacionamento dos Cravinhos com a família Richthofen teve início quando Andreas, irmão de Suzane, se interessou por aeromodelismo. Logo, passou a ter aulas com Daniel. Em pouco tempo, aproveitando-se do fato de que Suzane levava e buscava seu irmão no clube, Daniel aproximou-se de Suzane, à época, com apenas 15 (quinze) anos de idade, recém comemorados, e, logo, estavam 'namorando'. Suzane vinha de uma educação rígida e pouco aproveitava da vida em virtude da austeridade do pai. Nunca lhe faltou nada material, mas pouco lhe era transferido em matéria de carinho e afeto. Por tal razão, em curto espaço de tempo, a paixão por Daniel transformou-se num amor avassalador, quase que incontrolável. Escondida dos pais, por ele, Suzane foi desvirginada, teve o primeiro contato com maconha, e gozando desta falsa liberdade, passou a não honrar seus compromissos, mudando radicalmente sua realidade de vida. Faltava às aulas para encontrar Daniel, mentia para os pais constantemente, coisa que até então nunca havia acontecido e passou a presentear o namorado quase que diariamente, utilizando-se de sua pomposa mesada que não tardou ser cortada pelo pai. Por conta da relação de Suzane e Daniel, ídolo de Andreas em razão do aeromodelismo, os irmãos Richthofen desenvolveram uma forte ligação com toda família Cravinhos. Os dois visitavam com frequência a casa do Sr. Astrogildo e da Sra. Nadja, pais de Daniel.

Quando os pais de Suzane descobriram o relacionamento, Suzane já se encontrava plenamente envolvida com Daniel. Por conta disso, apesar da diferença de classe social, inicialmente, os pais de Suzane permitiram o relacionamento com várias ressalvas, lógico. Porém, mudaram de opinião quando vieram a saber que Daniel usava maconha quase que diariamente e se recusava a frequentar uma escola. Mas, não adiantou. Suzane continuou encontrando Daniel secretamente, afinal Daniel era um Deus para Suzane.

Momento Reflexão: Gostaria que neste momento você que lê esta postagem fechasse os olhos e imaginasse o que é capaz de fazer pelo namorado uma garota de 15 anos de idade, reprimida pelos pais, que foi desvirginada pelo namoradinho e conheceu um pouco dos "prazeres da vida". Especialmente você que tem uma irmã, uma prima, uma sobrinha, uma conhecida nesta idade, enfim, que pode ter vivido algo parecido dentro de casa ou muito próximo. Guarde esta constatação consigo, pois logo trataremos dela novamente.

Pois bem... o contraste das realidades mais cedo ou mais tarde iria falar alto. Afinal de contas, os irmãos Cravinhos, conforme depoimentos colhidos, eram considerados delinquentes na vila em que moravam com os pais desde a infância. No local, haviam dez casas iguais numa travessa estreita e sem saída, onde todos se conheciam há muito tempo. Segundo relatos dos vizinhos, os irmãos Cravinhos tocavam bateria, cantavam alto, xingavam palavrões e fumavam maconha com frequência. A casa ao lado, separada nos fundos por um muro baixo, estava para ser alugada. A dona do sobrado, de 86 anos, tinha problemas cardíacos e acabou convencendo o marido a mudar-se, por não aguentar mais o estilo de vida de Daniel e Cristian, que, de acordo com os vizinhos, jamais foram contidos pelos pais. Os moradores da vila também se diziam incomodados com o assédio de traficantes de uma favela das redondezas à casa 39 (dos Cravinhos), mas se confessavam ameaçados para reclamar. Um dos vizinhos conta um episódio interessante. Cristian levava sempre seu cachorro para fazer cocô em frente à porta de uma das casas da vila. Em determinado dia, o morador resolveu reagir. Com uma pá, transportou a sujeira para a porta da casa 39. Cristian, ao saber, replicou com um desaforo maior ainda: com ameaças, espalhou cocô do cachorro sobre o carro do vizinho ofendido.

Enfim, por essas e outras, não demorou muito e brigas contínuas passaram a ocorrer dentro do lar Richthofen. Em busca de afastar Suzane de Daniel, o pai de Suzane passou a agredi-la física e verbalmente, a ponto até de, numa das vezes, Suzane sair de casa e ir se refugiar na casa de Daniel. Andreas assistia tudo em silêncio, embora sempre estivesse do lado da irmã. Mesmo porque, apesar do respeito pelo pai, pra não dizer medo, estava em jogo o rompimento da relação da irmã com o seu ídolo, com quem além das aulas de aeromodelismo também aprendeu a fumar maconha.

Assim que der, eu pinto novamente...










quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Retrospectiva...

Um dos acontecimentos que mais chamaram a atenção durante o ano de 2006 foi o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Cravinhos, Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, que se iniciou aos 17 de julho daquele ano no 1º Tribunal do Júri, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

Foram cinco dias de interrogatórios, depoimentos de testemunhas e de réus, leitura de peças do processo e debates mornos entre defesa e acusação, a exceção dos exageros da promotoria que, fragilizada pelo contexto, extrapolou os limites da encenação e da retórica exacerbada. O caso parou São Paulo por quase uma semana.

Pra quem não a conhece, Suzane nasceu em São Paulo, filha do alemão Manfred Albert Freiherr von Richthofen e sua mulher, Marisia von Richthofen, uma brasileira descendente de libaneses. Manfred, à época, era diretor do Conselho Estadual de Ruas de São Paulo e Marisia, pasmem, era psiquiatra. Suzane tem um irmão mais novo, Andreas Freiherr von Richthoffen, nascido em 1987. Dedicada, estudiosa, bem comportada, Suzane fazia balé, falava três línguas e depois de se formar em uma escola de ensino médio alemã, estudou Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP).

Os pais de Suzane foram assassinados pelo irmãos Cravinhos enquanto dormiam em sua mansão na Rua Zacarias de Góis, zona sul de São Paulo, na madrugada do dia 31 de outubro de 2002.

Assim que der, eu pinto novamente....



Retrospectiva....



Um dos acontecimentos que mais chamaram atenção durante o ano foi o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, que começou em 17 de julho de 2006 no 1º Tribunal do Júri, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. Foram cinco dias de interrogatórios, depoimentos de testemunhas e de réus, leitura de peças e debates entre defesa e acusação. Os três permaneceram algemados e sentados lado a lado durante quase todo o tempo. O caso parou São Paulo por quase uma semana.

Nascida em São Paulo , Suzane é a filha do alemão engenheiro Manfred Albert Freiherr von Richthofen e sua mulher, Marisia von Richthofen (née Marísia Abdalla), uma brasileira descendente de libaneses. Seu pai estava trabalhando como diretor do Conselho Estadual de Ruas de São Paulo , a mãe dela era psiquiatra. Suzane tem um irmão mais novo, Andreas Freiherr von Richthofen, nascido em 1987. O pai alegou ser um sobrinho-neto de Manfred von Richthofen , o piloto de guerra alemão da I Guerra Mundial , mas isto é ainda hoje discutido; alemães von Richthofen negam qualquer ligação familiar a eles. Depois de se formar em uma escola de ensino médio alemã, Suzane estudou Direito na Pontifícia Universidade Católica .

O engenheiro Manfred e a psiquiatra Marísia foram assassinados enquanto dormiam em sua mansão na Rua Zacarias de Góis, no Brooklin, Zona Sul de São Paulo, na madrugada do dia 31 de outubro de 2002. O casal levou golpes de barras de ferro na cabeça e Marísia ainda foi asfixiada com uma toalha e um saco plástico. Motivo da tragédia: o dinheiro da família.




segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

1º CASO: Suzane von Richthofen

CONSIDERAÇÕES

Antes de iniciar minhas colocações acerca deste caso, quero esclarecer que o faço na condição de advogado criminalista e amigo pessoal de um dos promotores que atuaram no 1º Tribunal do Júri de São Paulo, local onde ocorreu o julgamento de Suzane e dos irmãos Cravinhos (Daniel e Cristian). Devo dizer também que acompanhei os dias que antecederam e os 05 dias de julgamento. E posso lhes garantir que foi o período em que mais desaprendi na minha vida. Logo vocês vão entender.

Vou iniciar por este caso justamente por concentrar ainda frescas, acreditem, todas as informações sobre os bastidores do julgamento. Sobre os documentos existentes no processo, os depoimentos mais marcantes e, claro, o circo que foi o julgamento em plenário propriamente dito. A quem interessava a sentença condenatória em patamares elevados, igualando inclusive o partícipe ao executor material? O que ocorreu com os coadjuvantes do caso e também com os protagonistas? E muito mais....

Enfim, muito do que será escrito aqui pode chocá-los. Talvez até porque a força da mídia é capaz de convencer mais do que a própria prova em si. Aliás, em casos assim, é a mídia quem determina quem é culpado ou inocente. Em outras palavras, quando há mídia envolvida em casos emblemáticos do direito, não se há falar em justiça, na verdadeira acepção da palavra.

Desde já, quero dizer que nunca achei a Suzane inocente. Óbvio! Com certeza ela devia ser condenada. No entanto, abomino e sempre abominarei os expedientes utilizados para se chegar a tal. Lembrem-se, Suzane não matou os pais; permitiu que matassem. Tecnicamente, e aqui falo como tal, há diferença entre as duas coisas, mesmo sendo ela filha das vítimas. Mas isso será discutido oportunamente, apenas para se constatar um dos absurdos deste caso.

Com base nas provas dos autos, vou levá-los a refletir o que pode levar uma filha (ou um filho) a permitir e participar da morte dos seus próprios pais. Se é possível ou não. Parece absurdo, mas acreditem: num mundo tão vazio de princípios, de tanto desamor, de tanta intolerância e competição, somado à crescente do consumo das drogas, fatos como esse tornar-se-ão cada vez mais atuais, podem escrever.

Assim que der, eu pinto novamente....

Nascimento...

Meus queridos seguidores, este blog tem por objetivo trazer algumas informações adicionais sobre casos notáveis da mídia que, no mínimo, farão vocês refletirem.

Tudo que for revelado estará calcado em informações oficiais e em acontecimentos presenciados por mim na condição de advogado e amigo de alguns profissionais, operadores do direito, muitas vezes envolvidos diretamente com o caso.

Lembrem-se: A proposta é levá-los à reflexão. Tudo que for informado, embora seja totalmente verdadeiro, faz parte da minha constatação, com a qual vocês poderão ou não concordar.

Logo, logo, iniciarei a primeira revelação. Aguardem e sejam bem vindos.