terça-feira, 29 de março de 2011

Das testemunhas

Logo após o ocorrido, muitos depoimentos foram colhidos. Desde o vigia da rua onde moravam as vítimas aos parentes mais próximos.

Dentre os depoimentos, o que mais chama atenção é o depoimento do irmão de Suzane, Andreas Albert Von Richthofen, colhido aos 31 de outubro de 2002, junto ao DHPP de São Paulo.

Na oportunidade, relata Andreas:

"...QUE o depoente esclarece que durante o almoço Suzane disse à mãe que depois que voltasse do shopping, ela, Suzane, iria para a PUC, sendo ela para participar da monitoria; QUE Suzane, na verdade mentiu para mãe, vez que esta não aprovava o namoro da filha, tendo em vista as diferenças culturais entre o casal; QUE assim quando Suzane saiu, por volta das 17h00, somente o depoente sabia que ela iria à casa de Daniel...".

Percebam, caros seguidores, que já na primeira oportunidade, Andreas já demonstra que a família não aceitava o namoro. Também deixa claro que era fiel a irmã, uma vez que entendia sua situação.

Adiante, demonstra claramente que participou voluntariamente do ocorrido, afinal depois que seus pais foram dormir, agiu da seguinte forma:

"...QUE o depoente estava em seu quarto quando por volta das 22h30, observando que a residência estava em silêncio, dirigiu-se até o escritório, levando consigo seu aparelho celular, linha 9132...., de onde efetuou uma ligação para o celular de Suzane, cuja linha é 9402...., a ela pedindo para falar com Daniel; QUE Suzane passou o aparelho para o Daniel, sendo que o depoente após cumprimentá-lo, disse-lhe "estou pronto, pode vir me buscar...".

Surpreendentemente, afirma ele, Daniel apareceu sozinho para pegá-lo e levá-lo ao Red-Play (diversões eletrônicas), informação que Andreas teria escondido de seus pais. Eis o que Daniel lhe disse: "...Que Daniel lhe disse que voltaria pra casa para pegar Suzane, dizendo que após deixar o depoente no Red-Play, levaria Suzane a um motel como presente de aniversário...". Imaginem a liberdade com que Daniel já estaria tratando sua relação com Suzane, a ponto de ter uma conversa tão íntima com Andreas.

Nessa época, Andreas, juntamente com Daniel, havia comprado uma mobilete que ficava guardada na casa de Daniel. E foi esta a condução usada por ele para ir a Red-Play, onde teria chegado por volta das 23h30. Neste local Andreas ficou até às 03h00, conforme havia sido combinado. Neste momento, o depoimento de Andreas se torna confuso e totalmente desconexo e ele informa que seguindo o carro de Daniel, saiu da Red-Play rumando pela Avenida Brasil, sentido casa de Daniel, local onde deixou sua mobilete, tendo Suzane assumido o volante do Gol.

Andreas informa adiante que, juntamente com Suzane, chegou em casa por volta das 04h00. Informa que chegando em sua casa, notou "um fato estranho, pois a janela do escritório estava aberta, bem como a porta principal da entrada", com o escritório em completa desordem.

Informa que ao entrarem na casa, após atestar a bagunça, Suzane fez uma ligação do celular para Daniel narrando o ocorrido. Afirma que "não chamou pelos seus pais porque teve medo de ser agredido por alguém que ainda estivesse dentro da casa" e que por estar muito assutado não acionou o alarme, melhor dizendo, informa que esqueceu.

Mais confuso ainda, informa que ele e a irmã sairam da casa porque Daniel assim os teria aconselhado. Depois de 10 (dez) minutos Daniel chegou com o seu veículo Fiat Pálio, pedindo que Suzane chamasse a polícia, o que foi feito.

Menciona que após a chegada da polícia, somente Suzane entrou na casa acompanhando os policiais e ele e Daniel ficaram no carro. Que após tomarem ciência da morte dos seus pais, em companhia de Daniel e o pai deste, foram até a distrital da área formalizar a ocorrência.

Andreas neste momento recorda-se de que Suzane logo após o ocorrido teria dito: "...tomara que isso tudo não caia na cabeça de Daniel...". Lembrou-se também de que dentro do carro com Daniel, este lhe teria dito: "a polícia vai ficar no meu pé por causa da treta que tive com os seus pais e porque eu fiquei um mês morando na sua casa e deixei um monte de impressões digitais". Esclarece, posteriormente, que as "tretas" seriam as brigas que Daniel e Suzane tiveram com seu pai, tendo este chegado a dar uns tapas em Suzane.

Andreas, admite ter fumado maconha algumas vezes com Daniel e acha que os pais não sabiam que eles faziam uso há uns 07 (sete) meses. Nesse instante, após descrever as roupas que Suzane e Daniel estavam usando, encerra seu depoimento.


Logo que der, pinto novamente...